domingo, 25 de dezembro de 2011

Peace, Love, Hope


Aproveitei o feriado do Natal para dar uma volta por Riverview e rever os locais que eu mais gostava de ficar quando era criança.  Como já falei em outra ocasião, as pontes sempre exerceram uma atração muito grande sobre mim, e River, tal como Twinbrook, era cheia delas. Eu amava ir até uma ponte e ficar observando o  movimento das águas, ou então, descer e me refugiar em um lugarzinho seco lá embaixo.


Aquela volta a minha cidade natal estava me proporcionando um reencontro comigo mesma. Eu estava muito feliz naquele final de ano e com muita esperança de que o ano novo representaria uma vida renovada para mim.


Quando estava retornando de meu passeio matinal, o que já havia virado um hábito desde a minha temporada em Twinbrook, ouvi alguém que tentava me alcançar chamando pelo meu nome. Era o Jhonata.


Jhonata - Olá, tudo bem? Como está nesta manhã de feriado de natal? Espero que não esteja tão apressado como da última vez...
Chris - Oi Jhonata...Fui dar uma volta na ponte do rio da enseada...Tá tudo bem sim. E vc?
Jhonata - Eu estou voltando para casa. Havia esquecido que hoje é feriado nacional e resolvi ir ao banco. Vc continua fissurada em pontes, não é?
Chris - Vc lembra disso? Mas como? Não lembro de ter comentado isso com vc.
Jhonata - E precisava? Está esquecida das fofoqueiras de plantão? Todo mundo sabia que quando vc estava triste, corria pra se esconder debaixo das pontes.


Enquanto estávamos conversando, seu telefone tocou umas três vezes e pelo tom da conversa parecia ser as piriguetes da cidade. Parecia que ele continuava sendo o homem mais cobiçado de River.
Chris - Bem...Eu preciso ir andando pois o pessoal está me esperando para o almoço...
Jhonata - Já sei. Mamãe não gosta que vc se atrase, não é?
Chris - Nada disso,engraçadinho!Não sou mais criança,sabia? Eu é que não gosto de me atrasar para nada.
Jhonata - É...Tou vendo que vc mudou muito mesmo.


Aproveitei a deixa para perguntar sobre ele:
Chris - E vc? Ainda continua sendo o galã da cidade? 
Jhonata - Que nada! Não sou mais aquele garotão,não. A idade não me permite mais certos excessos.
Chris - A julgar pelo número de telefonemas que vc recebeu em menos de cinco minutos, penso que isso não é verdade.
Jhonata - São apenas telefonemas; nada de concreto. 
Chris - Sei...
Jhonata - Bem, estamos bem em frente a minha humilde casa. Não quer entrar para um cafezinho?


Acabei aceitando o convite e passando o resto do dia por lá. Tomei café, almocei, comi sobremesa e aproveitei para conversar e saber tudo da vida de Jhonata, ou pelo menos tudo que ele quis contar.
Chris - Então quer dizer que vc nunca se casou?
Jhonata - Não. Acho que não encontrei a pessoa certa, ou então porque não nasci para me amarrar em ninguém.
Chris - Penso que a segunda hipótese é a mais provável, né não?
Jhonata - Pode ser...


 Jhonata - E vc? O que fez da sua vida sentimental?
Chris - Muito pouca coisa; sempre fui muito devagar nessa área, rsrsrsrs...
Jhonata - Bem..Nunca é tarde para começar, né? Se precisar de uma mãozinha,kkkkkkk...
Chris - Não, obrigada. Não estou a perigo!
Jhonata - É, realmente eu agora tou lembrado que vc sempre foi muito indiferente a essa questão de relacionamento, namoro... Não lembro de ter visto vc com alguém quando éramos adolescentes. Vc foi a única garota que nunca demonstrou interesse por mim.


A conversa estava tomando um rumo que não estava me agradando. Então subitamente levantei:
Chris - Jhonata, agora preciso ir mesmo. Passei o dia todo aqui e o povo lá me casa já deve estar preocupado.
Jhonata - Se dona Marina souber que vc passou a tarde toda na casa de um homem, não vai gostar não é?
Chris - Não tem nada a ver com a minha mãe! Que mania a sua de querer me irritar!
Jhonata - Não precisa se irritar, não! Desculpe. Mas deixe fazer uma pergunta antes que vc vá embora correndo pra devaixo da ponte. Brincadeirinha...Rsrsrs...Então...Essa estampa aí em sua camiseta é o mote para o próximo ano? Paz, amor, esperança...?

  
Ao fazer essa pergunta ele me pegou de surpresa pois eu nem havia atentado para o que estava escrito na camiseta quando a peguei no fundo da mala e vesti.
Chris - Penso que é o que todo mundo espera, não é não?
Jhonata - Ah sim, tem razão. E qual dessas três coisas aí vc pretende?
Chris - Todas, como todo mundo.
Jhonata - Eu não perguntei o que todo mundo deseja; eu perguntei o que vc deseja. Dá pra ser direta, ou seja, dá para falar o que vc deseja pra sua vida?
Chris - Bem...Eu já consegui um natal de muita paz lá  em casa, e ainda tenho esperança que minha vida continue mudando muito no próximo ano...


Jhonata - E amor...? Não lhe interessa? 
Chris - Não acredito nessa coisa de amor romântico; o amor de minha família já me basta.
Jhonata - Pois eu não vivo sem  estar envolvido com o amor, seja esse amor romântico aí a que vc se refere, ao amor no sentido mais físico, vc entende, né? E já que vc está aqui agora em minha frente e eu não corro mais o risco de ser denunciado na delegacia por dona Marina, acusado de sedução de menor, vou confessar uma coisa. E não adianta querer sair correndo pois eu te agarro e só largo depois que vc ouvir, entendeu?
Nem que eu quisesse sair correndo eu poderia, pois minhas pernas tremiam mais que vara de bambu e meu coração só faltava pular pela boca. O fato de ter o único cara por quem eu fui apaixonada na época da adolescência tão perto daquele jeito me deixou desnorteada.


Jhonata - Eu sempre tive uma atração enorme por vc; achava super excitante aquele seu jeito recatado. Pena que vc nunca me deu a oportunidade de roubar pelo menos um beijo. Inclusive acho que foi por isso, pelo fato de vc ser a única que não me dava bola, que  me deixava tão fissurado.
Chris - Bem,eu...eu não sei o que dizer...Nunca pensei que vc pudesse ter tido algum interesse por mim...
Jhonata - E se eu confessar que quando te vi lá na praça constatei que o interesse renasceu, vc vai me dar uma bofetada?


Se aquela cena tivesse ocorrido há uns tempos atrás, com certeza ele ficaria com o rosto vermelho do tapa que eu lhe daria, mas como estava decidida a deixar a velha Chris no passado,  não respondi nada, quer dizer, não respondi de forma convencional.


Jhonata - A quem devo agradecer por sua mudança? 
Chris - À vida. Aprendi que a vida é um processo que está em constante mudança. E aproveitando, vou confessar uma coisa também.
Jhonata - Só espero que não vá me dizer que resolveu adotar a castidade como regra de vida,rsrsrsrs...
Chris - Não, nada disso. Apesar de já ter pensando nessa possibilidade,rsrsrsrs. Quero dizer que sempre fui apaixonada por vc, quer dizer, apaixonada na época de adolescência.
Jhonata - Então vou me empenhar para que vc se apaixone por mim outra vez. Janta comigo hoje?
Chris - Mas eu passei praticamente o dia todo aqui...
Jhonata - Vamos, aceite. Quero te levar pra sair; quero recuperar o tempo perdido. Quero propor que façamos agora o que não fizemos no passado.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Christmas Peace


O Natal estava chegando e eu não poderia deixar o meu sobrinho sem experimentar o espírito natalino.
Chris - Vc já fez seu pedido para Papai Noel?
Arthur - Mas mamãe disse que isso não existe; que essa história de Papai Noel é só pra as lojas venderem brinquedo, pois Papai Noel é uma invenção do comércio e não dá presente coisa nenhuma.
Chris - Mas vc gosta de ganhar presente?
Arthur - Claro que gosto, né titia!


Chris - Então não custa nada pedir, não é?
Arthur - Mas eu vou pedir a quem? Papai Noel não dá nada a ninguém...
Chris - Não importa quem vai dar, o que importa é acreditar que pode ganhar. E além do mais é direito de toda criança ganhar presente, brinquedos, seja lá de quem for. E não dê muito ouvidos a essa história de que natal é invenção do comércio, pois isso não tem importância, afinal a gente vive do comércio mesmo. Como a gente iria viver se não tiver que comprar as coisas? O que não pode é a gente ser consumista demais. Entendeu?
Arthur - Mais ou menos...
Chris - Então...Amanhã será Natal e todas as crianças colocam seus pedidos na lareira  e aguardam o bom velhinho colocar o presente lá. Por que não vai fazer o seu pedido?


Marina - Eu já disse que não quero essa besteirada de noite de natal aqui em casa! Se ela quiser fazer uma ceia de natal que vá fazer em outro lugar, menos aqui!
Valter - Mas mamãe, o que custa? Ela veio nos visitar, veio passar o final de ano com a família. O que custa fazermos um jantar especial para comemorar a união da família?
Marina - Custa que eu não gosto dessas besteiras e ponto final! E não quero mais falar sobre isso.


Valter - A senhora está sendo muito intransigente, mamãe. Por que não aproveita a ocasião para acertar as coisas com a sua filha?
Marina - Porque não tenho coisa nenhuma para acertar. Não pense que estou abestalhada só porque ela resolveu aparecer para fazer uma visita. Vc está esquecido de todo o tempo que ela passou sem dar notícia? Sem se preocupar comigo, sem procurar saber se eu ainda estava viva?
Valter - Todo mundo tem suas razões e o direito de cometer erros. Mas também tem o direito de consertar os erros, de pedir desculpas.
Marina - Pois se tem alguém aqui que precisa pedir desculpas, esse alguém é a ingrata da sua irmã!


Eu havia ouvido toda a conversa entre Valter e mamãe, mas mesmo assim não dei ouvidos. Aproveitei o dinheiro que Richard havia depositado em minha conta e comprei um monte de coisas para a ceia de natal que iria organizar mesmo contra a vontade de dona Marina. Comprei um monte de presentes para o Arthur e coloquei ao lado de sua cama enquanto ele dormia. Inclusive estava pensando em dar uma de Meg e fazer uma reforma no quarto do menino, que em nada se parecia com o quarto de uma criança a começar pelas cores escuras da decoração.


Preparei uma mesa farta para o jantar com peru e tudo. Comprei tudo pronto, pois certamente se eu inventasse de preparar as comidas em casa, mamãe não iria permitir e era capaz de jogar tudo no lixo. Depois de muito tempo, desde que saí de casa para morar com a Tia Agnes, aquele seria o primeiro Natal que ia passar com a minha família.


Valter - Mamãe não vai gostar nem um pouco dessa árvore de natal aqui na sala.
Chris - É apenas um enfeite, um objeto de decoração e nada mais.
Valter - Mas vc sabe como ela é...
Chris - Sei, e sei também que nunca é tarde demais para mudar. Eu mudei muito desde que saí daqui ainda adolescente, mano. A maioria das minhas mudanças foram externas, mas estou decidida a mudar de uma forma geral e por isso estou aqui. Tem muita coisa em mim que para ser mudada tem a ver com a forma como a mamãe me criou, e como essa forma de criação influencia até hoje o meu relacionamento com ela.


Valter - É, mamãe sempre foi mais rigorosa com vc do que comigo. Talvez isso tenha acontecido pelo fato de vc ser a filha mais velha.
Chris - Acho que não; acho que ela me trata desse jeito porque ela pensa que eu fui a culpada por papai ter a abandonado grávida e com uma mão na frente e outra atrás. Ela sempre agiu como se tivesse ódio de mim, embora às vezes demonstrasse o contrário.
Valter - Eu nunca entendi essa forma dela agir com vc...
Chris - Bem, eu vou lá falar com ela.
 

Chris - Mamãe eu posso falar com a senhora? Não vai descer para o jantar?
Marina - Eu estou sem fome, e mesmo que tivesse faminta não iria participar dessa presapada de ceia de natal. Pode ir que eu quero sossego.


Chris - Tudo bem. Se não quer participar de um jantar em família eu vou pois o Valter e o Arthur estão esperando. Se a senhora e sua nora insistem em continuar me tratando como se eu fosse uma estranha, meu sobrinho e  meu irmão me aceitam e me entendem.


Marina - O que vc pensa que está fazendo com a minha família? Eu não quero que eles participem dessa besteirada que vc veio inventar aqui em casa.
Chris - A senhora por acaso procurou saber a opinião deles? Ninguém pode ser obrigado a concordar o tempo todo com a senhora pois a senhora não é a dona da verdade. Pena que eu só vim descobrir isso com muito atraso, pois se tivesse chegado a essa conclusão quando tinha a idade de Arthur, eu não teria feito tanta coisa errada em minha vida.


Marina - Ei! Por acaso vc está querendo colocar em mim a culpa por seus erros? Esa é boa! Quer dizer então que eu sou a culpada pelas coisas erradas que vc andou fazendo por aí?
Chris - Eu diria que a senhora é culpada pelas coisas que eu deixei de fazer, pois sempre que eu desejava fazer algo eu sempre pensava no que a senhora iria achar, ou seja, eu sempre precisava de sua aprovação para tudo, e quando eu supunha que não iria ter essa aprovação eu preferia não arriscar para não ficar com remorso.
Marina - Espere aí!Isto não é verdade pois eu nunca proibi ninguém de fazer nada! Inclusive vc passou boa parte de sua vida longe de meu controle!
Chris - Longe fisicamente, mas não psicologicamente. Sua forma controladora e opressora me seguiu por toda a minha vida.


Marina - Vc é uma mulher adulta e não precisa do consentimento de uma mãe para fazer ou deixar de fazer alguma coisa! O que vc está pretendendo com essa conversa?
Chris - Estou querendo acertar as contas com a senhora; estou querendo zerar os problemas que temos uma com a outra, mamãe! Sei que há algo que impede a senhora a me aceitar como filha e por isso eu sempre fui tratada com indiferença. Eu não tenho culpa se o papai abandonou a senhora, quer dizer, abandonou nós duas. Chegou a lhe ocorrer que eu também fui abandonada, e que como criança criada sem pai até os dez anos eu também sofri?
Marina - Foi criada sem pai mas nunca passou por necessidades, e quando eu me casei com o pai do seu irmão ele lhe acolheu como filha.


Chris - Pois é, o meu padrasto fez o que parece que a senhora  nunca fez, ou seja, me aceitar como filha. E agora que eu estou aqui disposta a dirimir todas as mágoas que possa haver entre a gente, a senhora continua agindo assim com esse jeito turrão. Mamãe, a senhora é minha mãe e apesar de tudo, dos seus erros, do jeito que a senhora me criou, eu a amo e gostaria muito de que a senhora me aceitasse.
Marina - Se eu não te aceitasse vc não estaria aqui  em minha casa...Eu só uma mulher muito sofrida, passei por muitas provações, e por isso fiz tudo o que eu achava certo para não ver vc passar o que eu passei. Não queria que vc fosse enganada e abandonada por um cafageste como eu fui.


Chris - Mamãe, a gente só aprende a se defender das adversidades da vida, vivendo. Não é supreprotegendo um filho que a gente prepara esse filho para a vida; agindo assim a gente acaba privando-o de viver. A gente só aprende errando, tentando, errando outra vez...Não existe caminho certo, pois o caminho se faz ao caminhar. O que não pode é permanecer no erro. Hoje eu entendo que a senhora cometeu muitos erros em minha educação e que errou querendo acertar. Por isso eu lhe perdoô por tudo e espero que se a senhora também me perdoe se por acaso eu não fui ou não sou a filha que a senhora esperava ter.


Marina - Eu já sofri muito nessa vida...Minha mãe sempre foi muito dura comigo também...Foi assim que eu aprendi e foi assim que eu fiz...
Chris - Fez comigo, com o Valter não...
Marina - Não queria que vc tivesse a mesma sorte que eu...Quem é mãe tende a fazer o que aprendeu com a própria mãe. ..

Fiquei analisando aquelas palavras da mamãe e pensando que talvez seja por isso que muitas mulheres, não querendo fazer o que suas mães fizeram com elas, resolvem não ter filhos, ou então quando os tem, fazem tudo completamente diferente.

Chris - Bem  mamãe, estou indo servir o jantar pois os meninos me aguardam.



Valter - E aí, mana, como foi a conversa?
Chris - Difícil, mas muito franca. Disse tudo o que eu estava querendo dizer há muito tempo.
Valter - E ela?
Chris - Não disse muita coisa, mas penso que compreendeu o meu lado e deve até ter aceitado.
Valter - O que estamos esperando? Vamos jantar? A Regina com certeza também não virá.


Só foi Valter acabar de fechar a boca que para a  nossa surpresa mamãe entra na sala toda arrumada.
Marina - Já esquentaram a comida? Odeio comida fria!
Valter - Mamãe! Que surpresa! Então a senhora vai jantar conosco?
Marina - E onde mais eu iria jantar se não em  minha casa? Por acaso eu tenho costume de jantar fora?
Chris - Então vamos que a comida já está quentinha e está nos aguardando.


Marina - A Regina também irá jantar conosco, pois se ela quer ser realmente da família precisa estar unida à família.
Regina - Só não sei se irei gostar dessa comida de restaurante. Poderia muito bem ser uma comida bem caseira como só eu sie fazer.
Marina - Sabe mas não se movimentou nem pra preparar uma sobremesa. Vamos, vamos logo a esse jantar antes que eu me arrependa!


Regina - Eu não entendo mesmo a senhora...Disse que por nada no mundo descia pra essa ceia e agora tá assim...
Marina - Assim como? Estou em minha casa, com minha família, e estou faminta. O que vc queria que eu fizesse a não ser comer? 
Regina - Mas...
Marina - Não tem nem mais nem menos. Vc não tem que dizer nada; o que vc tem que fazer agora é comer e depois vc tenta entender, afinal vc é mãe e um dia entenderá as razões de uma  mãe.


Arthur - Titia, titia! Encontrei um monte de presentes debaixo de minha cama!
Chris - Foi mesmo? E quem será que colocou esse monte de presente lá?
Arthur - Não sei qum colocou, mas eu gostei de todos.


Chris - Que bom! Feliz Natal, querido.
Arthur - Feliz Natal, titia! Também deixaram algum presente pra vc, tia Chris? Vc ganhou alguma coisa?
Chris - Claro que sim, ganhei os melhores presentes que eu já ganhei em toda a minha vida.


Arthur - Tia  vou contar um segredo - cochichou ao meu ouvido.
Chris - E que segredo é esse?
Arthur - Eu sei que foi vc quem colocou o presente debaixo de minha cama, mas  vou fingir que não sei, e que penso que foi o Papai Noel, pois tou achando que ele existe mesmo e que faz milagres, pois até a vovó tá gostando da festa de Natal que vc preparou.

Então tivemos uma ceia de natal em paz e feliz nunca havia tido naquela família. 


Arthur, pela primeira vez em seus sete anos, teve uma verdadeira noite de natal com direito a tudo que tinha direito. Passou a noite toda se divertindo com seus brinquedos novos e finalmente a paz reinava na família Oliver.


Eu estava muito feliz e realizada pois além de ter resolvido os meus problemas com mamãe, finalmente havia conseguido fazer com que ela cedesse em alguma coisa. Mas antes da noite terminar recebi um telefonema que me deixou mais feliz ainda. Quer dizer, um não, dois, na realidade era uma conferência. Eram minhas amigas Meg e Beaz que estavam ligando de Appolosa para me desejar um feliz natal e pra dizer que estavam morrendo de saudades,  e que estavam preocupadas comigo. E para não perder o costume de serem mexeriqueiras, insistiam que queriam saber o que estava acontecendo, etc e tal.